A Luta pelo Centro :: É a hora, tanto do Serra, como da Dilma, sairem do seu “cercadinho ideológico”.

“Crianças, é hora de explorar um Novo Mundo Novo”

Não vou mais comentar as pesquisas que estão saindo. O Gunter fez um trabalho magistral. Tb não vou dar gás às teorias da conspiração e prováveis falhas metodológicas (ou manipulações – diriam os mais paranoicos) que possam ter ocorrido.

Pesquisa eleitoral é isso ai. É assim desde sempre. O próprio eleitor criou “vacinas” contra isso. Só quem vê o eleitor de cima da sua “Torre de Marfim” que não percebe a sua sabedoria. Se existem falhas, só a concorrência vai resolver – aliás como tudo no capitalismo – e a disputa por esse apetitoso filão já está ocorrendo.

Acredito que o Sensus e o Vox Poppoli estão fazendo um ótimo trabalho nesse sentido. Espero que tenham “recursos” pra conseguir se manter firmes no mercado. E espero que o próprio mercado faça seu papel em não ficar na mão do Ibope e Datafolha. Afinal negócios, negócios. Amigos a parte. Qdo se trata de lucro, o Mercado não tem muito pudor. Então é só uma questão de tempo. Cada dia fica claro que esse duopólio é nocivo a todos.

Sobre a estratégia político-eleitoral. O Datafolha – e a premissa é que a pesquisa é válida – mostra novos vetores para a campanha.

Tanto Serra, como a Dilma fizeram um trabalho excepcional de contingência de suas bases eleitorais. Serra e o PSDB – que foram empurrados para a direita mais conservadora qdo Lula deu uma guinada ao centro – ao aceitar isso como fato e conseguir manter essa base junto ao seu projeto. Uns poderiam afirmar que não havia ameaças à esse público. Sério? Esse pessoal poderia ter desembarcado de vez e subido na canoa do Aécio. Não ocorreu. Grande parte poderia ter “adotado” a candidatura da Marina como um representante mais “moderno”. Repaginado. Não ocorreu.

Já a Dilma e o PT – que após a guinada supra, nitidamente enxergava o “vazamento” da esquerda mais radical. Observem o resultado excepcional da Heloisa Helena em 2006 não foi por acaso. O PT sabe que política é escolha, mas sabe muito bem que não pode permitir uma sangria maior nesse público. Simplesmente pq são mais apaixonados e mobilizados. Nesse sentido critiquem ou não, o PNDH-3 veio satisfaze-los. E cumpriu o seu objetivo. Muitos desses poderiam embarcar na candidatura da Marina por exemplo, como representante de uma visão eco-nacional-esquerdista. Ou do Ciro.

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A Luta pelo Centro :: É a hora, tanto do Serra, como da Dilma, sairem do seu "cercadinho ideológico".

“Crianças, é hora de explorar um Novo Mundo Novo”

Não vou mais comentar as pesquisas que estão saindo. O Gunter fez um trabalho magistral. Tb não vou dar gás às teorias da conspiração e prováveis falhas metodológicas (ou manipulações – diriam os mais paranoicos) que possam ter ocorrido.

Pesquisa eleitoral é isso ai. É assim desde sempre. O próprio eleitor criou “vacinas” contra isso. Só quem vê o eleitor de cima da sua “Torre de Marfim” que não percebe a sua sabedoria. Se existem falhas, só a concorrência vai resolver – aliás como tudo no capitalismo – e a disputa por esse apetitoso filão já está ocorrendo.

Acredito que o Sensus e o Vox Poppoli estão fazendo um ótimo trabalho nesse sentido. Espero que tenham “recursos” pra conseguir se manter firmes no mercado. E espero que o próprio mercado faça seu papel em não ficar na mão do Ibope e Datafolha. Afinal negócios, negócios. Amigos a parte. Qdo se trata de lucro, o Mercado não tem muito pudor. Então é só uma questão de tempo. Cada dia fica claro que esse duopólio é nocivo a todos.

Sobre a estratégia político-eleitoral. O Datafolha – e a premissa é que a pesquisa é válida – mostra novos vetores para a campanha.

Tanto Serra, como a Dilma fizeram um trabalho excepcional de contingência de suas bases eleitorais. Serra e o PSDB – que foram empurrados para a direita mais conservadora qdo Lula deu uma guinada ao centro – ao aceitar isso como fato e conseguir manter essa base junto ao seu projeto. Uns poderiam afirmar que não havia ameaças à esse público. Sério? Esse pessoal poderia ter desembarcado de vez e subido na canoa do Aécio. Não ocorreu. Grande parte poderia ter “adotado” a candidatura da Marina como um representante mais “moderno”. Repaginado. Não ocorreu.

Já a Dilma e o PT – que após a guinada supra, nitidamente enxergava o “vazamento” da esquerda mais radical. Observem o resultado excepcional da Heloisa Helena em 2006 não foi por acaso. O PT sabe que política é escolha, mas sabe muito bem que não pode permitir uma sangria maior nesse público. Simplesmente pq são mais apaixonados e mobilizados. Nesse sentido critiquem ou não, o PNDH-3 veio satisfaze-los. E cumpriu o seu objetivo. Muitos desses poderiam embarcar na candidatura da Marina por exemplo, como representante de uma visão eco-nacional-esquerdista. Ou do Ciro.

Historicamente, deveremos analisar os erros que ocorreram no caminho. Veja como a Marina conseguiu a façanha de  ter sua visão taxada de eco-global-neoliberalismo (!!). Qdo isso acontece, a culpa não é de ninguém mais do que do líder. Qdo ela chama o Gianetti, consegue ressuscitar um neoliberalismo que agonizava no resto do mundo. Não importa se é verdade ou não – e eu gosto do Gianetti como intelectual – mas o movimento político foi como o Nakano para o Alckmin em 2006. Um desastre.

Sinais dúbios de um líder permite dúbias interpretações. A Marina já sabia disso, como foi no caso do Criacionismo. Não aprendeu a lição.

Talvez o que menos errou foi o Ciro, e isso é uma grande ironia como o que ocorreu com ele em 2002. Estabeleceu um discurso político-economico convincente. Mas foi vítima de um movimento de isolamento articulado pelo líder político com a maior aprovação de todos os tempos. Um azar. E ele sabe que isso não é pessoal, é do jogo. E ele tem sobrevivido, e já disse, até 31 de outubro de 2010 (havia dito 1 de novembro e cometi uma injustiça com o TSE que entrega o resultado no mesmo dia) muita coisa pode (e vai) acontecer.

Analisado o cenário até aqui, muitos podem espernear a vontade. Cada um encara os problemas da vida da forma que achar melhor. Questionem os metodos, mas é inquestionável os resultados. Nesse sentido o PT e o PSDB (paulista) fazem um jogo que, se não fossem arqui-inimigos, eu diria que foi ensaiado pra manter a polarização entre Dilma e Serra. Ambos defenderam seu eleitores tradicionais arduamente. Tiveram baixas no caminho, mas ninguém era inocente de imaginar que isso seria feito a custo zero. Não foi, sofreram, como deve ser a luta política. Fratricida.

Incomoda o papel da mídia nisso tudo. Mas não esquento mais com isso. No futuro todos que estão envolvidos vão se arrepender de perder esse momento pra afirmar sua integridade com essa Nação.

E agora? Agora, é a hora de sair do “cercadinho ideológico”. Ambos vão ter que dar uma guinada ao centro. Qdo? É a pergunta de ouro. Vai definir os perdedores e os ganhadores. O Obama fez isso magistralmente. Veja, imagine se ele não tivesse guinado ao centro durante a campanha? Ele teria vencido? Ele hj é chamado de socialista! Venceu. Legitimamente. É o que importa na disputa eleitoral.

Como? Outra pergunta de ouro. Fazer isso, sem, contudo, provocar uma vazão do público seja mais a esquerda (no caso da Dilma), seja no público mais à direita (no caso do Serra) é a única coisa que me faz aceitar os custo dos marqueteiros nas campanhas políticas. É muito difícil pra um político conseguir fazer isso sozinho. É preciso toneladas de pesquisas qualitativas e quantitativas. É preciso um pouco de arte na construção, estética, da mensagem.

Uma coisa é clara, a escolha dos vice tem um papel preponderante. Não por acaso o Lula tentou emplacar o Meirelles com vice do PMDB. Mas o PMDB é pra profissionais, e se o Lula não deu conta, ninguem mais dará. Melhor buscar outra forma. O PMDB não é o DEM. Sentiu o cheiro de queimado e se uniu em torno do Temer. Já a situação do Serra é pior ainda, ele não tem tantas cartas na manga. Sempre achei a Katia Abreu (DEM-TO) a vice ideal. Mas a minha opinião não vale tanto pq quero que ele perca. Agora sério, de que forma um nome do DEM vai agregar votos do centro? O Serra aceitará um nome do Mercado? Ou melhor, pela ordem meritíssimo, o Mercado vai aceitar o Serra?

São todas questões que são usuais nas campanhas políticas, mas excepcionalmente em 2010, estão adquirindo um contorno dramático. Podem ser a diferença entre perder e ganhar.

Novamente, oito anos após a “Carta ao povo Brasileiro” os políticos terão de criar estratégias pra convencer os eleitores moderados que as propostas que eles apresentam ao País serão as melhores para o seu futuro. E olhando em perspectiva isso é bom.

Com a diferença que agora, ambos – Dilma e Serra – terão que disputar esse público. Será esse um rascunho de um futuro bipartidarismo brasileiro?