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Frequentemente a chamo de Lula de saias. Não é por acaso, não é por reverência – ahaha, logo eu -, é pela habilidade. E o incrível, é que, exatamente como quando ela saiu do Governo, deixando o PT e a Dilma como vilões, a reação foi a mesma: menosprezo e arrogância. E o resultado: 20 milhões de votos.
Como noticiado pela agora, atônita, #velhamídia o desenrolar da leitura dos seus movimentos dá pra ver o quão hábil ela foi na hora crítica, perdeu na luta sangrenta, mas continuou jogando para tentar se apropriar da “nova política”. Eu não acredito nisso, mas pouco importa, o que está em jogo na verdade é o monopólio da esperança. Quem o perdeu, chora até hoje. E ela – a esperança – ficou ai, abandonada, órfã, esperando alguém para adotá-la, mesmo que saiba que no futuro, irão maltratá-la e abandoná-la de novo. Um ciclo, como tudo na vida.
O engraçado de tudo isso é a bipolaridade e hipocrisia, tanto na mídia velha, quanto nos chamados blogs progressistas sobre o que significa, sobre quem perde e quem ganha. Bom eu gosto de fazer o negativo: quem mais está irritado com essa “jogada”? É só olhar os críticos pra ver que parece que ela fez a coisa certa. Então, é só ler a mídia/blogs e deduzir.
Não estou dizendo que ela seja vítima, ou que vá salvar o Brasil. Só estou dizendo que mal não f az. Tentar não doí. Sei que a mídia começará a endeusá-la em: “3, 2, 1…”. Eles vão apoiar qualquer um que tenha o mínimo de possibilidade de interromper o projeto de poder do PT. Qualquer um. Hitler ou Stálin se estivessem vivos – ou, em último caso se pudessem ser ressuscitados. Só que, há tantos – bilhões, digo – em jogo, que editores recomendam aos seus jornalistas-quase-escravos muita calma nessa hora. E é o que – salvo raras exceções – estão fazendo.
Mas ela, Marina, parece ter passado de sonho a pesadelo em poucos dias, não só para todos os seus principais adversários, mas principalmente para aqueles que a receberam sorridentes de braços abertos. Esses agora sentem o gostinho de terem sido picados por um escorpião que estava nas costas, do estrangulamento da planta oportunista sobre a outra quando decide romper com a harmonia do mutualismo, enfim, de se ter na barriga fecundada por um oitavo passageiro que após crescer no hospedeiro, inevitavelmente, tomará conta do corpo para completar sua missão. Quando o processo terminar, o que restar do corpo ficará pelo caminho, enquanto o oitavo passageiro, instintivamente, partirá para caçar suas presas.
E eu que achei que 2014 ia ser sem graça, e eu que achei que o Eduardo Campos estava sendo hábil. Lula de saias, como sempre disse.
“Janio de Freitas
O não dito pelo dito